Título: Cloro • Autor: Alexandre Vidal Porto • Editora: Companhia das Letras • Compre: Amazon

Quando eu escolhi esse livro para fazer a leitura eu realmente não sabia o que esperar dele, eu não conhecia o autor e nem cheguei a ler a sinopse do mesmo, tudo o que me preocupei em saber é que o livro trazia um protagonista gay e bom, eu nunca deixo passar a oportunidade de ler um livro LGBTQ então entrei de cabeça na leitura.

Como disse eu ainda não havia tido nenhum contato com obras do Alexandre, mas, eu realmente gostei da escrita dele, a história faz a leitura fluir bem e o autor entrega uma narrativa que me convenceu e me tocou, em alguns momentos da história achei a escrita muito floreada e isso não exatamente me chateou, mas, soava desnecessário na história, talvez isso se dê ao fato do autor ser diplomata.

Constantino conheceu cedo a homofobia da sociedade, então, ele procurou meios de se defender dela, mesmo que para isso ele tenha deixado de ser quem ele realmente é. Constantino é um personagem com o qual eu nunca me deparei em todos os meus anos de leitor, sua história me deixou pensativo, contrariado, revoltado, triste e muitos outros sentimentos que não consegui identificar.

Tino se anulou na busca de viver uma vida que se encaixava no padrão social, por medo e vergonha, mas, acredito também que por comodidade, ele não queria "pagar" o preço para ser quem ele realmente era, ele achava muito caro, ou na verdade ele não tinha coragem o bastante, no fim eu acho que ele se enganou mais do que enganou todos a sua volta.

Essa leitura foi muito forte para mim, eu a achei extremamente triste, de certa forma por não ser algo que tenha vivido, a vida que o Tino levava é algo que eu não consigo conceber, ainda que eu a compreenda, o mais duro é saber que ainda hoje muita gente vive essa realidade infeliz. Essa foi uma leitura que me incomodou, eu não posso dizer que eu gostei porque eu a achei dolorosa, mas, ao mesmo tempo, não tenho como dizer que não gostei, pois ela me impactou, no fim acho que o fato dela me deixar reflexivo já foi o bastante.
Até que ponto é possível se esconder de si mesmo? Neste livro, uma tragédia familiar desestrutura a vida burguesa de um homossexual no armário. Um pequeno estudo sobre a força irresistível da sexualidade.
Em Cloro, Constantino é um defunto autor. No limbo em que se encontra, ele rememora fatos decisivos de sua vida — até a morte inesperada, aos cinquenta anos de idade. Advogado bem estabelecido em São Paulo, aprendeu na infância que “ser bicha não era bom”. Sempre escondeu seu desejo. Desde cedo, incorporou um personagem heterossexual. Casou-se com Débora, sua namorada de adolescência, e foi pai de dois filhos. Um acontecimento trágico rompe o frágil equilíbrio em que se mantinha, e ele é confrontado com sua homossexualidade. Passa a levar uma vida dupla. Encontra-se com homens e apaixona-se por Emílio, diplomata que conhece em Brasília. Pela voz de Constantino e depoimentos de seus familiares e amigos, Alexandre Vidal Porto oferece uma narrativa lúcida e necessária para os tempos atuais — quando ser você mesmo é um ato de coragem.

3 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Já li Cloro e não gostei muito, achei uma escrita muito morna, mas gostei da abordagem da heterossexualidade compulsória e como a sociedade impeliu o protagonista a se esconder. Também achei um tema forte, mas confesso que não me abalou muito, não. Que bom que gostou! Eu não conhecia o autor e nunca tinha lido nada dele.

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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  2. Oi!

    Sempre é bom o aprendizado de uma leitura impactante, entretanto por vezes acabo ficando em dúvida se gostei da obra ou não pois uma coisa é o impacto que ela nos trás e outra é a forma como isso acontece, por isso confesse que não sei se leria Cloro.
    Ademais, é chocante o fato de pessoas terem que se esconder ou pensar em atitudes simples de amor ao próximo por medo de julgamentos e violência irracional por simplesmente serem quem são.

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  3. Oi, tudo bem?
    Eu não conhecia esse livro ainda, mas pela sua resenha deu para ver que é uma leitura muito impactante. Não sei se leria, justamente porque imagino o quanto deve ser doloroso e triste. Só de pensar no que o preconceito e a intolerância provocam e a dor de ter que esconder quem é para se proteger, eu já fico revoltada e triste. De qualquer forma, acredito que com certeza deve ser uma leitura difícil e que traz muitas reflexões, e gostei muito da forma como você expressou tudo que sentiu lendo. Adorei a resenha.
    Beijos!

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