Título: Pele de Homem (Peau d'Homme) • Autor: Hubert, Zanzim (Ilustrador) • Editora: Nemo • Tradução: Renata Silveira • Compre: Amazon

Essa foi uma leitura por indicação, eu não conhecia essa graphic novel, mas um amigo que adora quadrinhos a recomendou afirmando que eu iria adorá-la, por sorte recebemos o livro lá no trabalho, então, aproveitei para conferir e ver se meu amigo tinha razão sobre o quão boa a GN é.

Não vou mentir que a premissa do quadrinho é muito interessante e de cara me fisgou, eu realmente adorei o desenvolvimento que o autor deu tanto para a história quanto para seus personagens. Também achei o trabalho do ilustrador maravilhoso, se encaixando perfeitamente com o que o autor apresenta na história e em sua época.

Bianca é uma personagem muito interessante, ela se mostra desde o início uma mulher a frente de seu tempo, pensante e crítica, ela decide usar a pele de homem apenas para conhecer Giovanni, seu noivo, mas, quando ela vivencia o mundo como Lorenzo podendo agir e se expressar livremente ela logo percebe que a sociedade é mais problemática e hipócrita do que ela pensava. 

E de fato meu amigo estava certo, eu simplesmente adorei a graphic novel, ela claramente é um critica a estrutura social da época com um tom ácido e engraçado, os questionamentos sobre religião, sexo e moral são tão bem colocados que sem dúvidas servem perfeitamente para fazer o mesmo tipo de critica a sociedade contemporânea e como não gostar um livro situado no passado e que faz leitura tão perfeita do que vivenciamos hoje?
Na Itália renascentista, Bianca, uma jovem de boa família, está em idade de se casar. Seus pais lhe encontram então um noivo do seu próprio agrado: Giovanni, um jovem, simpático e rico comerciante. O casamento parece auspicioso, embora Bianca não consiga esconder sua frustração por ter de se casar com um homem que não conhece. Mas isso foi antes de ela descobrir o segredo guardado e legado, por gerações, pelas mulheres de sua família: uma "pele de homem"! Ao vesti-la, Bianca se torna Lorenzo, e passa a desfrutar de todos os atributos de um jovem incrivelmente belo. Ela agora pode visitar o mundo dos homens disfarçada e conhecer seu noivo em seu hábitat natural. Mas em sua pele masculina, Bianca rompe os limites impostos às mulheres e descobre o amor e a sexualidade.
A moral da Renascença age então como um espelho daquela de nosso século e levanta várias questões: por que as mulheres deveriam ter uma sexualidade diferente da dos homens? Por que seu prazer e sua liberdade deveriam ser objeto de desprezo e opressão? Finalmente, como pode a moralidade ser o instrumento de uma dominação tão severa quanto inconsciente?

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